FINADOS
Evaldo da Veiga
Já se foram muitos e os mais próximos o meu pai,
minha irmã e o meu irmão.
Desses, permanece a sensação
que não deveriam ter ido. Foram pelo que parece
um descuido de vida. Um mero acaso.
Ainda uma forte saudade das minhas avós:
Brasiliana Emilia Marins Nunes e Maria
Rosa do Amor Divino da Veiga. Duas mulheres
exatamente diferentes e as duas conquistaram o meu
coração por motivos opostos, bem diferentes.
A diferença entre elas começava no aspecto físico
e se ampliavam no jeito de ser.
Vovó Senhora, a mãe de minha mãe que se chamava em registro civil.
Brasiliana Emilia, tinha os olhos azuis, nariz bem afilado e
cabelos longos e lisos. Maneira comedida e um recato de verdadeira Senhora.
Vovó Maria era morena, vaidosa, raspava as sobrancelhas, maquiagem acentuada para e época, aquele jeito muito solto que só se permitia
às artistas de rádio e as vedetes do teatro em revista.
Ainda por cima, usava piteira longa...
Sempre bem arrumada de manhã durante todo o dia
e na hora de dormir..
Usava blusas de seda e um broche grande de ouro, saia godê,
parecia uma milionária, minha avó era uma figuraça,
que eu achava linda e expressiva.
Não gosto de muita vaidade, mas mo caso da minha avó
era bem dirigida. Falava bem, voz linda, arranjava remédios e empregos
para os pobres, havia valores, sim. E é lógico,
que o meu amor por ela se nutria de admiração,
ATÉ PORQUE MINHA AVÓ NÃO ERA RICA,
MAS SABIA SE VESTIR DE PRINCESA.
Mas sinto que a coisa vai alongar-se, estou em um mundo
lindo de recordação e esta bela lembrança também machuca,
ou traz tristeza pela ausência, vou parar...
Meu pai chegou aqui, agora, bem vivo, e em realidade fria ele se foi
no dia 23 de dezembro de 1981. Meu pai se criou nas ruas ou é cria
das ruas, não sei bem o que melhor se enquadra.
Mas foi a pessoa que mais admirei meu grande amigo, meu herói.
Vou parar e pretendo escrever com menor emoção,
menor lembrança doida... Hoje é dia de finado, as energias,
as presenças invisíveis... mas voltarei a escrever:
sobre meu pai e minhas avós, pessoas lindas em minha vida.
evaldodaveiga@yahoo.com.br
Evaldo da Veiga
Já se foram muitos e os mais próximos o meu pai,
minha irmã e o meu irmão.
Desses, permanece a sensação
que não deveriam ter ido. Foram pelo que parece
um descuido de vida. Um mero acaso.
Ainda uma forte saudade das minhas avós:
Brasiliana Emilia Marins Nunes e Maria
Rosa do Amor Divino da Veiga. Duas mulheres
exatamente diferentes e as duas conquistaram o meu
coração por motivos opostos, bem diferentes.
A diferença entre elas começava no aspecto físico
e se ampliavam no jeito de ser.
Vovó Senhora, a mãe de minha mãe que se chamava em registro civil.
Brasiliana Emilia, tinha os olhos azuis, nariz bem afilado e
cabelos longos e lisos. Maneira comedida e um recato de verdadeira Senhora.
Vovó Maria era morena, vaidosa, raspava as sobrancelhas, maquiagem acentuada para e época, aquele jeito muito solto que só se permitia
às artistas de rádio e as vedetes do teatro em revista.
Ainda por cima, usava piteira longa...
Sempre bem arrumada de manhã durante todo o dia
e na hora de dormir..
Usava blusas de seda e um broche grande de ouro, saia godê,
parecia uma milionária, minha avó era uma figuraça,
que eu achava linda e expressiva.
Não gosto de muita vaidade, mas mo caso da minha avó
era bem dirigida. Falava bem, voz linda, arranjava remédios e empregos
para os pobres, havia valores, sim. E é lógico,
que o meu amor por ela se nutria de admiração,
ATÉ PORQUE MINHA AVÓ NÃO ERA RICA,
MAS SABIA SE VESTIR DE PRINCESA.
Mas sinto que a coisa vai alongar-se, estou em um mundo
lindo de recordação e esta bela lembrança também machuca,
ou traz tristeza pela ausência, vou parar...
Meu pai chegou aqui, agora, bem vivo, e em realidade fria ele se foi
no dia 23 de dezembro de 1981. Meu pai se criou nas ruas ou é cria
das ruas, não sei bem o que melhor se enquadra.
Mas foi a pessoa que mais admirei meu grande amigo, meu herói.
Vou parar e pretendo escrever com menor emoção,
menor lembrança doida... Hoje é dia de finado, as energias,
as presenças invisíveis... mas voltarei a escrever:
sobre meu pai e minhas avós, pessoas lindas em minha vida.
evaldodaveiga@yahoo.com.br