DENGUE: PREVENIR É O MELHOR REMÉDIO!
** Reportagem produzida na disciplina de Redação Jornalística I.
Com a proximidade do verão, cidades de todo o Brasil começam a intensificar seus trabalhos no combate a Dengue. Segundo o coordenador da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Bagé, Sérgio Porto, as equipes estão atuando de forma rígida no controle da dengue, realizando o monitoramento de armadilhas e pontos considerados estratégicos para a reprodução do mosquito. As vistorias nas 200 armadilhas acontecem semanalmente e os 24 pontos estratégicos espalhados pela cidade são visitados quinzenalmente. Porto ressalta a importância da conscientização da população, já que combater a reprodução da fêmea é a única maneira de controlar a transmissão da doença. Dentro deste trabalho, estão sendo realizados ciclos de palestras educativas nas escolas.
A dengue é uma doença viral, febril aguda, transmitida através da picada do mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em climas tropicais e sub-tropicais. Há dois tipos de dengue: a clássica e a hemorrágica. A primeira apresenta geralmente sintomas como febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, perda do paladar e apetite, manchas e erupções na pele semelhantes as do Sarampo, principalmente no tórax e membros superiores, náuseas e vômitos, tonturas e sensação de cansaço. Já a forma mais grave, a dengue hemorrágica, ocasiona ainda sangramento, dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes pele pálida, fria e úmida, sede excessiva e boca seca, pulso rápido e fraco, podendo levar a morte do paciente em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas contaminadas com dengue hemorrágica morrem. O objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a menos de 1%.
O mosquito transmissor vive em média 45 dias e se reproduz em extrema velocidade, chegando a contaminar até 300 pessoas neste período. Entretanto, raramente se desenvolve com temperaturas abaixo de 16º graus. Por este motivo, nesta época do ano, com a chegada do calor são redobrados os cuidados e a preocupação com a proliferação do inseto. Lugares quentes e úmidos são ideais para sua reprodução e em períodos de seca, o embrião pode durar até um ano. Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. Até então, eles sabiam que o Aedes só se distanciava cem metros.
Como identificar o mosquito Aedes aegypti
É menor que um pernilongo comum, possui geralmente de 3 a 6 mm de comprimento. Pode ser reconhecido por sua coloração marrom clara e pequenas manchas de coloração branco-prateadas no abdômen, podendo ser vistas a olho nu. No tórax (parte superior logo atrás da cabeça onde se encontram as asas) podem ser vistas duas faixas curvas laterais, também prateadas. Quando em repouso, pousam com as duas últimas pernas levantadas, sendo fácil a visualização de pequenos pontinhos brancos em toda perna. Só as fêmeas sugam sangue e, para isto, picam nas primeiras horas da manhã (7-10 h) ou no final da tarde (16-19h), tendo preferência pelos pés ou parte inferior das pernas.
A melhor solução para a doença está na prevenção. O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas.
Como combater o mosquito:
Tampar os depósitos de água: A boa vedação de tampas em recipientes como caixas d'água, tanques, tinas, poços e fossas impedem que os mosquitos depositem seus ovos.
Remover o lixo: O acúmulo de lixo em volta das residências pode servir como excelente meio de coleta de água de chuva. Portanto, as pessoas devem evitar e solicitar sua remoção pelo serviço de limpeza pública - ou enterrá-los no chão ou queimá-los, onde isto for permitido.
Fazer controle químico: Existem larvicidas seguros e fáceis de usar, que podem ser colocados nos recipientes de água para matar as larvas em desenvolvimento - este método para controle doméstico da dengue em cidades grandes tem sido usado com sucesso por várias secretarias municipais de saúde e é realizado pelos agentes de controle da dengue.
Limpar os recipientes de água: Não basta apenas trocar a água do vaso de planta ou usar um produto para esterilizar a água, como a água sanitária. É preciso lavar as laterais e as bordas do recipiente com bucha, pois nesses locais os ovos eclodem e se transformam em larvas.
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