Um olhar chinês
Dizia um velho chinês, que a água transparente, límpida do lago, mostrava, sem reservas, e sem resistência, o fundo.
Sem segredos, translúcido, abre-se à devassa o perfil, quase passivo, de quem não se turva a nenhum olhar.
É preciso cuidado com as impurezas, exige cuidados ao se mergulhar em águas turvas, mas não há conquistas, não há vitórias, se não houver desvios, empecilhos.
À pessoa, a quem se ama, conta-se um sigilo, revela-se um segredo, à pessoa a quem se ama, se oferece uma confidência, um trampolim para que o âmago seja alcançado, seja a prenda, mas não um íntimo que a todos foi oferecido.