ENTRE ALINHAVOS, PONTOS E PESPONTOS
Izaías Veríssimo de Castro - 08/12/2020
Existem pessoas que tanto vagam a ermo
Se perguntam, se respondem, se ignoram
Uns se entendem, outros não, incrédulos de si
Vivem a sós e para si sós, meras incógnitas
Mas um dia nunca tarde, no vagar devagar
Nem que cruzar o continente seja necessário
Encontrará alguém para um ao outro se moldar
E aí, os alinhavos tortos e frouxos, descombinados
São transformados em pontos minuciosos e precisos
Na vida teremos sim, caminhos de zig zags, indecisos
Com pedras, e com buracos a serem reparados
É o que nos remetem a sem escolha reconhecer
Que apesar de vivermos almejando a perfeição
Que estamos a buscar nas esquinas da vida
Sempre teremos muitos pontos inacabados
Somos projetos passíveis e carentes de melhoras
E que entre alinhavos, pontos e pespontos
Convenhamos a humildemente refletir
O quanto nossa visão quase sempre corrompida
Tem nos privado de abraçar tantas boas oportunidades
De usufruir de tantos benévolos insumos humanos
A nós gentilmente oferecidos e que por pura insensatez
Deixamos passar ou simplesmente os desprezamos
E é certo que nos seria muito útil lá nos tempos de outrora
E mais certo ainda, é que fariam a fatídica diferença
Para vivermos bem mais felizes o nosso tempo de agora
Entre alinhavos, pontos e pespontos