SAUDADE, NOSTALGIA, TRISTEZA, MELANCOLIA... SERÁ?
De quando em vez, preocupo-me com que as pessoas possam pensar a respeito de alguns temas presentes em certos textos que produzo. Dentre eles, todos publicados no Recanto das Letras, destaco: Carta Para Meu Pai, Algumas Roupinhas De Mamãe, Visita à Casa Onde Nasci, Angústia, Medo, Indo Embora. Pensando Na Morte etc... Fico achando que têm sido muito nostálgicos... melancólicos... Quem sabe carregados de certa tristeza. Sei lá. Não sei se, para o leitor, eu possa estar passando uma mensagem de desesperança. No entanto, percebo que várias pessoas que leem minhas escritas dizem gostar de meu jeito de redigir. Que minha narrativa provoca muita emoção. Posso afirmar que sinto bem ao elaborar minhas histórias dessa forma. Não quero, de jeito nenhum, transmitir a meu leitor pessimismo, insegurança ou algo parecido.
Adquiri prazer pela escrita incentivado pelo servidor da diplomacia brasileira, meu grande amigo, professor e jornalista, William Jaques Pereira Santiago. Filho de Pitangui – A Sétima Vila do Ouro das Minas Gerais, como ele sempre gosta de lembrar. Grande escritor, este meu colega da Faculdade de Letras da UFMG, na década de setenta, já publicou alguns livros e tem uma vasta produção literária registrada no site Recanto das Letras. Meus textos têm características bem diferentes. É assim mesmo. Cada um com seu estilo.
Não obstante gostar de brincar, debochar, fazer piada... No fundo, no fundo, considero-me uma pessoa assim, meio melancólica. Às vezes, algum amigo mais íntimo me olha e pergunta: “Oi, Luiz! Por que você está assim: triste, lipotímico, macambúzio, sorumbático?” Já houve quem me dissesse que tenho um semblante triste. Penso que, na maioria das vezes, não se justifica esse meu comportamento. Porque tenho que agradecer a Deus por tudo que sou e tudo que consegui nesta caminhada da vida. Minha família admirável, meus filhos, meus netos, meu trabalho, minha saúde, a educação que recebi de meus pais, etc. etc. Acredito que minha alma tem um pouco de Álvares de Azevedo, Patrono da Cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Poeta romântico brasileiro da segunda geração do romantismo (1853 a 1869), chamada de “geração ultrarromântica” ou “mal-do-século”. Essa denominação faz referência aos temas escolhidos pelos escritores desse período: acontecimentos tristes e trágicos, desilusões, amores não correspondidos, mortes, dentre outros.
Aproveito para transcrever aqui um de seus poemas, o qual muito aprecio:
ADEUS, MEUS SONHOS!
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus? Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
Enquanto isso, procuro viver de forma digna, respeitando as pessoas e continuando a escrever minhas histórias ou estórias que possam agradar a quem se dispuser a lê-las.
Belo Horizonte, 08 de dezembro de 2020.