ÂNSIA
Cai á noite, calor intolerável, corpo banhado de suor.
Caminho sem destino.
Aspecto sério e tristonho, numa negra melancolia.
Minha boca deixa escapar um soluço de agonia.
Sinto um manifesto desejo de falar, mas estou só.
Entre os vultos negros das árvores,
Com seus galhos desfolhados, ouço um forte barulho.
Meus pés se arrastam entre capins rasteiros,
Até avistar uma esplêndida maravilha da natureza.
Imaginem os raios do sol,
Atravessando a mais linda cachoeira,
Com o colorido do arco-íris brilhando mais que diamante.
Essa visão afeta os meus olhos, que fascinados.
Contemplam tamanha beleza.
Então suavemente meus lábios se abrem
Num largo sorriso.
Meus olhos suplicam radiantes
Pelo raiar do dia, que surge saudosamente.
Numa bela manhã de outubro,
Onde o sol aparece mais cedo.
Não estou mais só.
Pássaros gorjeiam numa grande harmonia.
Abro os braços, olho para o céu.
E descubro que Deus é pai.
E que eu existo.