Gatilho
O homem é fruto do meio que vive – Freud
Concordo absolutamente com esse pensamento. Somos, indiretamente, inconscientemente, fruto do ambiente e do astral que vivemos, mas não no sentido de mudar caráter ou influenciar atitudes, mas no lado psicológico.
Isso irá nos afetar, nos acompanhar em todos os momentos, relacionamentos e escolhas que faremos ao longo da vida.
Isso irá nos perseguir quando formos colocados de frente a alguma situação que nos remeta, inconscientemente, ao espírito ou situação que, um dia, nos mudaram por dentro.
E podemos viver uma vida inteira com os nossos “demônios” sem ao menos eles se manifestarem. Mas, mais dia menos dia, eles são incomodados, acordam e começam nosso inferno astral.
E isso influencia em tudo na vida. De modo a não ser percebido a princípio, mas um olhar mais atento e mais cuidadoso percebe, que lá atrás, em algum dia, a marca ficou, o sentimento ficou.
Nossa tendência é manipular sentimento, maquiar emoções pela vida afora. Parte por não ter o que fazer, parte por ter medo de assumir, parte por nem perceber que não é normal. Quando se depara com situações e pessoas “normais”, entendemos que tudo aquilo que nos rodeou era tóxico, disfuncional, louco.
E aí nossa alma e espírito escolhem o lado que se identificam, mesmo que o psicológico já esteja comprometido, mesmo que lá no fundo, aquela criança com medo, frágil e debilitada ainda exista.
Por vezes olhamos para ela e não sentimos nada, mas, um dia, mais frágeis, diante de algum gatilho, a abraçamos, colocamos no colo e choramos com ela.
Digamos que, mais do que frutos, somos vítimas do meio. Heróis são aqueles que conseguem, mesmo num ambiente inóspito, vencer as barreiras e serem felizes, apesar de tudo.
Infelizmente, como tudo na vida, são uma exceção e não uma regra.