Como devemos tratar os pensamentos, as opções e as crenças religiosas diferentes das nossas?

Concordar ou discordar de alguém, não faz de mim, seu inimigo. Eu posso respeitar as pessoas, independente do que ela pensa. A pessoa discordar do que eu penso e do que eu faço, não a qualifica como juiz, e isso não significa que tenha odiá-la. É simples assim: posso respeitar sem concordar, e aceitar não quer dizer tolerar, nem mesmo aprovar. É simplesmente aceitar que a pessoa tem o pensamento diferente do meu, seja na política, na religião, racial, ou em qualquer outro quesito. E divergir é querer entender o outro, não é discurso de ódio. Significa que temos visões diferentes, com direções distintas. Isso não pode ser motivo de confusão e discórdia, o que traz intolerância.

Quando falamos em intolerância, o que há de mais marcante, é no campo religioso. Entretanto, alguns segmentos não sabem lidar com a situação, o que traz muito dor devido à falta de diálogo. Um dos casos mais emblemáticos, talvez seja o Massacre do Charlie Hebdo. Este caso, foi um atentado terrorista que atingiu o jornal satírico francês Charlie Hebdo em 7 de janeiro de 2015, em Paris, resultando em doze pessoas mortas e cinco feridas gravemente. Este dito jornal, passou muitos anos zombando do cristianismo com sátiras, “memes” e caricaturas relacionados à religião cristão, e nunca aconteceu nada, por ser uma religião que prega a paz. Entretanto, não foi assim com o islã. O mundo islâmico, através de dois militantes, reagiu com brutal violência diante de algumas divulgações feitas pelo jornal Charlie Hebdo. Em 2012, o jornal publicou uma série de caricaturas de Maomé, incluindo caricaturas de nudez. A intolerância falou mais alto do que a comunicação, trazendo dor e insensatez, vitimando doze pessoas. O jornal por sua vez, de forma infantil, provocou um incidente com proporções incalculáveis. Naquilo que diz respeito à fé das pessoas, foi desrespeitoso e intolerante.

Sempre haverá pensamentos divergentes. E temos que antever uma solução para os conflitos que porventura venham a eclodir. Muitas vezes, esses pensamentos podem até nos levar a solução de problemas, é extremamente importante valorizar as opções e pensamentos diferentes dos nossos, ou que saiam do trivial. O que precisamos é aceitar as pessoas com seus posicionamentos diferenciados. Vamos imaginar um mundo no qual todos tivessem os mesmos pensamentos, os mesmos ideais, os mesmos gostos, o mesmo tom de voz, assim por diante. Não seria estranho? Então, sabemos que as diferenças é que nos mantém vivos, com classificações positivas ou negativas, mas com benefícios para todos os indivíduos envolvidos nesse vasto sistema chamado “sociedade”. O fato de respeitar a opinião do outro, não quer dizer que eu tenha que fazer parte daquilo que ele defende como certo ou errado.

Finalmente, no mundo atualizado que vivemos, a relação não é entre a presa e o predador. Todos fazemos parte de uma sociedade onde há uma competição entre os seres vivos, mas que essa competição fique apenas no âmbito intelectual, para que não venha dar vazão ao egoísmo que tira do homem, aquilo que lhe é de grande valor. A razão.

Jorge Antonio Amaral
Enviado por Jorge Antonio Amaral em 14/09/2020
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