REIGNAÇÃO




Por mais que eu entoe um canto
Dos cantos que a vida tem,
Eu nunca adocei o pranto,
Nem nunca embalei ninguém.

Ninguém me escuta, nem canta,
Ninguém sequer aprendeu,
E quanta desesperança!
Pelo cantar ser só meu...

Mesmo assim, sigo cantando
Meu canto de solidão,
Vou pela vida passando,
mesmo que na contra mão...

E lá vou eu, tristemente
No compasso da canção,
Passo a passo, docemente,
Seguindo a intuição.

E enquanto o tempo passa,
Vou tentando transformar
O canto que a vida canta,
Mesmo que só, a cantar.