Da série: Visitando os cumpadis - II
(série iniciada e abandonada quando eu fiquei doente. Durante muito tempo eu não pude vir, então são textos antigos mesmo.)
Na casa da cumadi Franmello
Eu cheguei foi atrasada
Pra falar do passarinho
Que em vingança deu bicadas
por tirá-lo do seu ninho.
O seu sonho, seu anelo,
e fazer de ti Franmello
sua fonte de carinho.
Essa poetisa, eu não sei o que aconteceu com ela. Deus a abençoe!
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No sítio do cumpadi Catulo
Essa purga xexelenta
é pió qui u perceveju
pois além de sê nojenta
ela mordi ondi eu num veju.
Morde di baxo pra riba
cocerenta faiz fadiga
pra mi livrá eu peleju.
Nota:
O poeta Catulo ficou muito doente e seu filho me mandou um e-mail quando eu também estava doente. Era muito grave o estado do poeta e ele não resistiu.
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Na roça du cumpadi Airan
Cumpadi essa galinha
tomém tá na minha fôia
Ficô inté bunitinha
da gravura a iscôia.
Cê foi mininu danadu
foi mexê cuns macumbadu
inda brincô na tramôia.
Elis tavum cachaçadu
nem perceberum ocê
foi um pirigu danadu
cê pudia inté morrê.
Mai Deus protegi inucenti
mermu quano num é genti
qui aprontava iguá ocê...
O Airam contou que quando menino, costuma desmanchar as macumbas que eram deixadas pela cidadezinha onde ele mora.
Cumpadi Airam, meu parceiro de cordéis, deixou o RL e hoje dedica-se ao Facebook, que eu acho uma chatice. Não é sempre que vou lá.