Nº1 - Um Presente de Vida

Bom dia Unicórnio

São 8:11 e o numero de hoje é 190

Gostaria de convida-los há uma viagem, se breve ou longa, dependera de sua idade cronológica e emocional. Imagine um momento, uma data festiva, onde você era o centro das atenções, onde em dada situação você esta sendo presenteado. Com o presente em mãos – não se apegue ao tamanho, isso é sim irrelevante rsrs - e toda a euforia do ambiente, o coração acelerado, a adrenalina nas alturas, e sob a mira de olhares curiosos, você começa a revelar o misterioso embrulho. Diga para você mesmo o que ganhou. “Eu ganhei um boneco dos Power Ranges, o Azul”. Como você se sente? O que quer fazer? O que você faz?

Peço aqui que dispa-se de todo conceito de religiosidade, placa de igreja, nomes que concretizam o que esta alem da compreensão humana.

Nosso primeiro e maior presente foi o dom da vida, e antes mesmo do longo período de gestação, este presente já havia sido sonhado, desenhado nos mais lindos traços e aguardado para no tão esperado dia ser dado e recebido. Você é um presente, que da criação ao nascimento, foi, o é e sempre será amado, se não por todos, tenha a absoluta certeza que eternamente por UM. Entretanto, gostaria de te perguntar O QUE TENS FEITO COM O PRESENTE QUE VOCÊ RECEBEU? Sua VIDA.

Quando criança, vibrava a cada aniversario, dias das crianças e Natal. Para mim o importante não era o que receber, mas receber. O agradecimento era automático, mesmo que rápido, era profundo e sincero. Por que o importante era o presente. E eu não queria coloca-lo em um pedestal, em uma vitrine ou apresentá-lo para ganhar a aprovação. Eu queria brincar. E brincava com liberdade, deixava minha imaginação levar-me a universos desconhecidos. E se o brinquedo por algum mistério viesse a danificar, eu chorava, mas não o largava. No fantástico mundo do Tiago eu me tornava um mecânico, um medico, um costureiro. Não havia tempo para justificar, nem tão pouco para ficar bajulando o presenteador. O tempo era de curtir o presente.

Porque que ao crescemos, nos tornamos filósofos chatos, pesquisadores frustrados e eternos justificadores?

Por que perdemos o tempo, que por sinal é o outro presente, tentando justificar a Deus, ao mundo e a nós mesmos o que fazemos com nossa vida, com nosso presente?

Porque perdemos o prazer de viver, para viver explicando nossas escolhas, nosso estilo de vida?

Meu presente foi um garoto negro, gay, periférico, talvez com um defeito de fabrica (meus olhos), com o qual brinquei, brinco e sempre vou brincar. Já o quebrei mais vezes que consigo lembrar. O resgatei de empréstimos dos quais me arrependo, mas se fizeram necessários para aprender que há crianças “ruins” mesmo em meu fantástico mundo. Já deixei meu presente cair, o esqueci em lugares escuros, já ate quis devolve-lo, mas quem deu-me não aceitou de volta. Meu presente atualmente é um ogro, mas todas as suas peças continuam sendo de fabrica, mesmo com todas as manutenções, continua autentico. De fato é mais resistente, embora continue a cair. Meu presente é o presente mais lindo do mundo, pois carrega dentro de si o amor, o cuidado, sonhos, resistência, persistência. Eu amo meu presente, mesmo o achando tão peculiar.

E você, o que tem feito com seu presente?

Tem o amado ou vivido um constante ciclo de “me desculpe”?

Obrigado R.A., pois de de fato não produzem perolas.

RL Perco
Enviado por RL Perco em 29/04/2020
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T6932051
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