Desinspirada II
Não faço mais textos. O tempo me engole a memória precocemente. Mente quem diz, que todo o tempo é feliz e também quem o diz que não é.
Somos metáforas, incógnitas. Vez por outra damos de cara com a morte e só então refletimos. Teremos feito tudo que devíamos, podíamos, gostaríamos?
Como assim, partir de repente sem chance de último Abraço, de um último ato de perdão, ou de ser perdoado? A vida o que é? São tantas perguntas e um tempo tão curto. O que é ser completo? Não dá tempo de o sê-lo. Fica sempre algo à se aprender ou à ensinar. Tic-tac... Hajam dias repletos de sol e tempestades. Assim é nossa existência. Voamos para longe do ninho. Alguns voam alto, outros baixo, alguns nem aprendem a voar. Mas isso não significa muita coisa, uma vez que tudo se resume numa permanência curta e tão cheia de conjecturas. De qualquer forma àqueles que nos desaprovam pedimos desculpas por termos decepcionado. Aos que nos aplaudem fica a gratidão pelo incentivo. Àqueles que ficam em cima do muro, penso que deve ser difícil não ter opinião formada. Independente de qualquer título ou posição social, ser inteiros será sempre melhor que ser metade.
Aprendi que precisamos escolher ter ou não identidade. E a gostar mais de nós do que das opiniões alheias. Essa vida é fina como uma teia e as teias se partem com o mais tênue vento, imagine com tempestades? O fim será sempre o mesmo, seguiremos sem bagagens. Que deixemos pelo menos sementes de amor pelo caminho que nos leva ao fim. Amor não se compra. Só precisa ser cultivado. É de escolhas que a vida é feita? Nem sempre! Assim fosse bebês não seriam estuprados, não seriamos vítimas das loucuras de pessoas doentes. Viver é enfrentar um duelo contra o tempo, contra o mundo, contra nossos próprios demônios! Que o façamos com a coragem dos que nunca deixam de acreditar, que amanhã pode ser um dia melhor.
E trabalhemos para essa realidade, nos tornando menos egocêntricos e mais humildes. Hora dessas as cortinas se fecham e termina o espetáculo. As estrelas também morrem. Nem por isso o céu fica vazio.
Laura Duque