Palavras Soltas em Abril
Quero dizer-te o que sempre senti, mas ainda não havia dito
por não ter idéia da dimensão do quanto estaríamos distantes e isolados nesta ilha do medo. Estávamos dispersos.
Talvez nunca tenha falado que te admiro e independente de termos consciência ou não estávamos no mesmo barco.
Olhando pro mar não vimos os pássaros em revoada anunciando o caos antes da tempestade.
A probabilidade do naufrágio era grande, mas estávamos encantados com ideologias, confrarias, iguarias; lutas, tiroteios, bangue-bangue...
No entendimento de um todo nos resta um profundo silêncio imposto.
(As águas refletem o azul do céu!
Quer coisa mais bonita ao navegar?! Pra quê preocupar...)
Queria dizer-lhe que meu coração está em pedaços por não ter lhe dado as mãos quando escorregavas na proa desta imensa embarcação sob o sereno frio. Tuas mãos... Agora as seguro em meus olhos, e terei teus risos guardados para sempre.
Eu nem disse o quanto o amo, e isso dói... Ah, dói irmão!
Já já não poderei mais vê-lo, posto que sucumbiremos todos neste horizonte vermelho e sem fim.