PRISÃO

Queria acabar com o tormento que me envolve.

Me sinto usando tornozeleira, sem ter uma.

Estou sendo monitorada o tempo todo.

Como livrar deste algoz?

Diga-me tempo, que não passa.

Sinto os elos das correntes a me torturar.

Estou presa no calabouço sem fim.

Cadê o carrasco? Não posso gritar.

Não posso dizer o que penso.

No meu silêncio, teço as notas de uma composição infindável.

Vislumbro a luz pelas grades de minha consciência que me prende.

Este é o meu consolo, a pequena luz no fim do túnel.

Não. Não é para mim. Estou presa. Mera ilusão enxergar a luz.

Quem me alcançará? A quem suplicar?

Estou presa. Dias e noites.

Infindável tormento.

Cadê a liberdade tão sonhada?

Perdi, quando fui expulsa definitivamente, sem poder olhar para trás.

Não há maior dor, de não ter uma defesa.

Sem volta, sem perdão, sem solução.

Tudo foi ilusão.

Estou na prisão.