Os pais e o dia das crianças
Um dos grandes estratagemas do capitalismo, é nos manter escravos do calendário, cativos das famosas “datas comemorativas”. Está chegando o dia das crianças e você já deve ter comprado ou está pensando no que vai dar a(os) seu(s) filho(s) no 12 de outubro, sobretudo se você é daqueles que não mede sacrifícios para agradar seu(s) rebento(s), quer que seu(s) pimpolho(s) tenha)m) tudo o que você não teve...
Muitos de nós procura dar tudo o que os filhos querem, mas quantas vezes paramos para refletir se estamos lhes dando o que precisam? Reparamos que o filho de Fulano é cheio de vontades, o filho de Cicrano é muito mimado, o de Beltrano é mal educado, o do outro não tem limites... e nós? Estamos cuidando para não incorrer nosmesmos erros?
A vida moderna vai nos empurrando para a coisificação das relações familiares, onde damos muito das coisas e pouco de nós. Absorvidos pelos nossos inadiáveis(?) afazeres, inconscientemente (ou não), vamos “empurrando com a barriga” a criação dos filhos: a quanto tempo vocês não param para conversar? Quem são os amigos? Com quem andam? Quando você visitou a escola pela última vez? No dia da matrícula? ...
Sem perceber , vamos nos tornando meros coadjuvantes, mantenedores... quando acordamos, nos deparamos com o(s) desconhecido(s) e querido(s) filhinho(s).
Não é raro vermos jovens que sempre tiveram tudo o que quiseram, se tornarem pessoas desprovidas de ética, respeito ao próximo, amor, cidadania. Egoístas e egocêntricos, acham que “os fins (sempre) justificam os meios”.
Não estamos aqui sugerindo que não se dê presentes, que se ignore as tais datas comemorativas. Mas que estejamos muito atentos, que sejamos mais conscientes, conseqüentes e sensatos. Refletindo bem, antes de fazer o “possível e o impossível”, “colocar o chapéu onde a mão não alcança”, gastar o que não se tem... ...