Irmã Dulce: uma Santa nordestina.
Bem, por mais que eu não seja católico e não concorde com o termo canonização, confesso que bateu um certo orgulho em saber que a primeira Santa brasileira é uma mulher nordestina. Porque se tem um povo que carrega em seu bojo as marcas da devoção e que ostenta isso com unhas e dentes, esse povo é o nordestino. Saber que a primeira mulher canonizada é nordestina me deixa feliz porque agora essa comunidade tem alguém que pisou no mesmo chão que eles, falou o mesmo sotaque, sentiu o mesmo calor e conviveu com a mesma miséria tão nossa; mais ainda, usou sua fé pra fazer o bem. Agora esse alguém os representa em uma esfera mais alta. Irmã Dulce canoniza consigo a devoção do povo nordestino - meu povo - que, como disse Euclides da Cunha, acima de tudo é um forte.
Posso não concordar, como protestante que sou, e até tecer minhas críticas à Teologia católica, mas reconheço e me emociono com a importância simbólica que isso tem para o povo nordestino e para o povo brasileiro no geral, ultimamente tão carente de heróis de verdade, de pessoas que saibam o que é auto-sacrifício e amor ao próximo. Irmã Dulce foi um exemplo, assim como Francisco de Assis o foi, Madre Teresa etc, de um tipo de fé que leva a aproximar e não a dividir, que age no mundo ao invés de se enclausurar em templos. Como diria o Rev. Caio Fábio, um sal fora do saleiro. Como disse, não concordo com a Teologia, mas louvo o exemplo dessas pessoas, porque elas nos apontam um caminho melhor é nos lembram da mensagem central de Cristo: Ame a Deus e ao seu próximo como a si mesmo.
Parabéns aos católicos brasileiros e viva o povo nordestino.