CÁLICE
Meu cálice transborda.
Até onde vai?
Ah suplício que não me sai.
Nem o vento leva.
Nem a chuva pra molhar e apagar a poeira que não sai.
Derrama pequenas e minguadas gotas ao menos pra saber que serão apagadas.
Mas demora.
Eu creio, eu imploro, e, como demora.
Cadê?
Não vem.
Só as minhas lágrimas que molham, derramam e não secam.
Eu vejo, eu espero.
Esqueço.
Mereço.