UMA ROSA
Uma rosa.
Vi!
Tão intensa e tão bela.
Não era ela que se mostrava ao mundo.
O mundo a olhava, tão bela, tão linda, tão só.
Não!
Ela não estava só, seus espinhos a acompanhavam, grudados, ligados na mesma raiz, a mesma seiva lhe servia.
O que ela exalava?
Perfume, suave, doce, puro perfume, perfeito para a perfeição de sua beleza.
Quem a tocará, quem irá tirar a beleza que durará poucos dias e ficará sem vida, sem ternura, sem perfume.
Sim, ela foi arrancada, tirada, cortada, com tudo que a possuía, lhe foi tirado de seu paraíso.
Nem seus espinhos puderam lhe proteger.
Sem nada, ficou apenas a lembrança de que estava no Jardim Eterno, no Paraíso Infinito.
Restou a saudade de que um dia ela foi Rosa a perfumar e enfeitar o mundo.
Finda colheita.
Restou a ilusão.