CUIDADO COM ALGUNS ONGUEIROS
As organizações não governamentais, ditas do terceiro setor da sociedade em seus estatutos, missões e objetivos, dizem voltarem-se ao bem comum, mas nem sempre, pois aproveitadores, dotados de boa lábia e desdotados de escrúpulos locupletam-se do que pertence ao alheio.
Exemplos claros amontoam-se por ai.
Em 2005, contactei um carro da polícia, que estava estacionado num entroncamento movimentado da zona sul de Porto Alegre, quando comuniquei que havia uma pessoa caída numa valeta e estava ensanguentada, então o patrulheiro disse-me que já sabia, mas não podia sair dali, pois era o único carro em patrulhamento pela região, mas enquanto conversávamos passou pela a avenida outro veículo da mesma unidade, coisa que fez-me perquiri-lo sobre a viatura que passava.
Era de patrulhamento, mas estava recolhendo donativos para o sopão do pobre. Ato elogiável e de alto senso humanitário, se fosse realizado por qualquer um, menos pela estrutura voltada à atividade de patrulhamento. Era de costume, acrescentou o policial. Depois tive outros relatos semelhantes.
Em meados de 2010, surgiram campanhas que eram realizadas por telefone, um operador ligava e pedia donativos em nome de determinada ong, se em dinheiro forneciam uma conta, se em mantimentos mandavam buscar.
Indaguei onde eram e o que faziam. Em resposta: uma voltada aos animais, localizava-se próximo a sede do jornal Zero Hora, a outra uma creche no bairro Cristal, ambas em Porto Alegre. Informado dos nomes e endereços respondi que iria pessoalmente levar os donativos. Nas duas ligações os interlocutores tentarão dissuadir-me, pois era mais prático que eles apanhassem.
Busquei ajuda de um dos meus filhos e lá fomos nós a té a ong de assistência aos animais, na recepção ninguém sabia de nada, mandaram que puséssemos o saco de 25 kg de ração sob o balcão e agradeceram.
Na creche fui só, levando 20 litros de leite, mas ocorreu a mesma coisa, não sabiam de nada e disseram que deixássemos o material que eles dariam destino. Pensei um pouco e retirei-me sem deixar nada
Alguns dias depois ligaram-me novamente, então fiz o relato e comecei a enveredar a conversa como se fosse um interrogatório, então:
Plum! - Desligaram no meu ouvido!
A partir destes exemplos, tenho um olhar desconfiado sobre os ongueiros, principalmente se são desorganizados e amadores em administração.
Por isto as reservas do Presidente do Brasil, não me surpreendem e se eu estivesse por lá seria mais incisivo ainda!