Minha aroeira tombada sem vida.

IMPLACÁVEL VENTANIA...

Ontem, a minha aroeira, que tantas alegrias me propiciava, companheira por mais de 15 anos; confidente das minhas tristezas e das minhas alegrias; aroeira que me inspirou até poesias; que dava encantamento e perfume ao meu mundo; aconchego e alimento aos passarinhos... Feneceu! Não estava doente, nem idosa. Ela só não resistiu à força da natureza. O temporal, que assolou a minha cidade, fez minha árvore, com seu robusto tronco, galhos e folhagens, sucumbir. Minha menina verde tombou para sempre... Ainda sinto em minhas mãos seu cheiro gostoso das folhas e galhos que peguei já abatidos, sem vida, mas ainda exalando seu perfume na despedida. Perfume que ficará pra sempre em minha memória...
A chuva e a ventania, que eu gosto tanto de apreciar pela vidraça da minha janela, arrancaram, sem dó nem piedade, a árvore mais linda do meu terreiro, o mesmo vento que dantes brincava com ela, sacudindo seus cheirosos galhos, fazendo colorir o espaço e o chão com suas inúmeras sementes vermelhas. E a terra firme, que a segurou por todo esse tempo, ontem, de tão encharcada, não teve forças pra firmar suas raízes, pois a tempestade dessa vez não estava pra brincadeira!
E os passarinhos, atordoados, sem entender o desastre que se deu, rumaram para outras paragens, alheios ao que aconteceu.
Mas das sementes que ela deixou, espalhadas pelo chão, outras aroeiras, tão belas e frondosas, certamente nascerão!


Joselita Alves Lins
Enviado por Joselita Alves Lins em 23/07/2019
Reeditado em 07/08/2019
Código do texto: T6702989
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