Liberdade
Não me cativas,
Sofres de algo mais,
Beleza negra e fera
Fica agora a minha espera.
De tuas devassas só restaram algemas serradas de
Meu punho,
Me marcaste com forte cunho.
Voraz fera, crua e bela, cantavas ao me afagar:
Sinhá, não mais me governará!
Pus-me forte, amante amargo, gentil e solene
Fizeste-me tão mal, sabendo que eu era o cerne!!!
Mataste o cordão de nascimento de minha vida
E vitória
Em meu conceito, és mera escória.
Erva sufocante de mente duvidosa,
Fingias-te bem amorosa.
És peregrina, sem o norte,
Magoado ficarei até a morte.
Agora cá estou em sofrimento,
Eras como um pássaro agourento
Anjo negro, de ti fujo, por ti padeço, morro...
Porém sou forte, agüento: sou um touro.