E A BANDA NÃO PASSA
Ainda sou do tempo em que se assetavam na cauçada, para ver a banda passar.
Estava atóa na vida o meu amor me chamou...
Cada um dava conta dos seus afazeres. As mine-saias tremulavam ao vento.
Os homens tiravam o chapéu, ao passar em frente a matriz.
Se éramos felizes?
Talvez. Até que o poeta resolveu avisar.
Felicidade foi embora...
Hoje, já não temos esperança de ver a banda passar. E nem coragem de assentar à porta, o ladrão passa primeiro.
Na verdade, nem dentro de casa estamos seguros.
Os corruptos, estão sempre a nos empreitar. Cada um deles, querendo levar vantagem em cima de uma crasse, que ao longo dos anos vem perdendo até mesmo a vontade de sorrir.
E a banda não passa...
Também não passa a nossa vontade de anular os votos da última eleição.
Eu, particularmente, prefiro esperar mais um pouco, só não vai ser na praça, jogando milho aos pombos.