Às vezes, a gente só quer um abraço que diga que vai ficar tudo bem.
Muitas vezes um abraço significa mais que um beijo. Pois um abraço fala, acolhe, protege, acalma, consola e traduz afeição. Pode expressar “estamos juntos nessa”, “eu te quero muito bem” ou “ninguém é forte sozinho”. Consegue transmitir empatia, cuidado, segurança e atração. Acolhe reencontros, saudades, aflições e desejos. Celebra alegrias, vitórias, realizações e recomeços. Traduz compaixão, “vamos dividir essa tristeza”, “vem cá me dá sua dor”.
No silêncio de um abraço muita coisa é dita. Pois abraço significa reconciliação, perdão, exoneração das mágoas e aflições. No silêncio de um abraço abafo meu pranto e extravaso minha alegria. Dissolvo minha dor e restauro meu equilíbrio. Um abraço aquece, enche de esperança, transforma pedra em coração.
Nos momentos em que pareço mais imperfeita, é justamente quando mais preciso de um abraço. Pois abraço recompõe porcelanas lascadas e arremata fios puxados. Abraço constrói pontes invisíveis e decifra linhas tortas.
Às vezes, a gente só quer um abraço que diga que vai ficar tudo bem, uma garantia de que não estamos sozinhos, um colo onde repousar a cabeça, uma atenção cuidadosa e um silêncio repleto de significado.
Oferecer nosso abraço a alguém é resgatá-lo do mundo, enquanto acolhemos suas lutas, desistências, lembranças e confissões. É importar-se, emanar energias boas, sanar dúvidas e dissipar medos. É adoçar um encontro, medicar um pranto, colorir um desencanto.
Abraço é calma, encontro de almas, artimanha perfeita para vencer qualquer dúvida ou saudade.
E finalmente tenho que concordar com Rubem Alves, que dizia: “Eu te abraço para abraçar o que me falta”. Pois abraço nos reconecta com aquilo que precisamos, com o que nos faz falta, com o que nos alivia.
Abraço é melhor que conselho, que beijo, que recomendação. Abraço nos traz de volta, situa-nos no mundo, dá-nos chão. Abraço é a maior das conquistas, pois abraço dissipa o abandono e aquieta o coração…