Clausura Abençoada
Alguns, os tolos, acham que detém toda a verdade. A maioria de nós, na verdade, vive dentro dessa ilusão, mais ou menos tempo, uma bolha. Que os impede de crescer, de apreciar bons momentos. De um crescimento que dói, é verdade. Pois vem através da absorção da lição da empatia.
E se colocar no lugar do próximo não é a mesma coisa, cômoda e confortável, que colocar o próximo no seu lugar.
Por isso mesmo dói. Mas é uma dor que te joga para fora de si, que te faz sair do casulo, que te faz uma criatura nova e linda. Te dá asas para conhecer novos mundos e novas experiências. O que não significa que não precise mais crescer.
Pois ali na frente você percebe que o aprendizado é como o universo, está sempre em expansão. E depois de um período de alegria, vem novamente um momento de dor. Que é diretamente sua ou de alguém que você ama muito. De alguém que tem seu sangue ou que escolheu caminhar ao seu lado pela vida toda. Ou simplesmente alguém que é alguém como você. Alguém que também tem alguém de sangue e ou alguém que escolheu camihar com ele por uma vida toda. Ou tinha. E como você cresceu um pouco na ciência do amor, esta dor agora é sua também.
Você novamente vai se enclausurar para aprender a digerir essa experiência. Você novamente vai ver o mundo e as pessoas e coisas deste mundo meio cinza, sem cor, sem brilho. A luz ainda está ali, ela sempre está. Mas você não a vê, pela necessidade desse tempo para aprender com sua dor. Um tempo que é a semente da borboleta. Um tempo abençoado, portanto.
E logo ou nem tanto assim, dependendo da sua dificuldade de enfrentar a dor que te liberta da bolha, você descobre que a vida, neste patamar de evolução que nos encontramos, é cíclica. Você vai rir e vai chorar. Vai estar fora da bolha e dentro da bolha.
Até que entnde que para apreciar bons momentos precisa apenas saber identifica-los. Precisa saber que eles estão presente na alegria e na tristeza. Para que, então, seja um espírito feliz com momentos alegres e tristes. Com dificuldades e momentos suaves. Que ganha e que perde. Uma pessoa num mundo como o nosso, cheio de dor, sem a fantasia de não passar por ela.
Mas um espírito verdadeiramente feliz. E ininterruptamente feliz. Porque felicidade é isso, um estado de espírito.
Bendita seja a dor que te permite identificar a dor do seu semelhante. E até mês mesmo os possíveis benefícios da dor. Para que assim, sem a utopia de ocupar o lugar de Deus, possa ser um instrumento para minimizar a dor.