Melanina
Sim, eu sangro se me ferir
E o sangue é vermelho como o teu
Sim, sou forçado a sorrir
Para disfarçar o sofrimento meu
Em pleno século vinte e um
Eu ainda me sinto algemado
Acorrentado, corpo nu
Como meu antepassado
Sim, os tempos são outros
Novos sonhos à mirar
Muita coisa já foi feita
Mas a muito a se mudar
Sim, minha pele não é clara
É meu cabelo é crespo
Meu nariz é achatado
E eu sempre serei negro.
Sou Marcelo
Sou negro
Sou poeta.