gostei e postei!!
No dia em que deixamos de nos encantar, estamos velhos. Mortos. No dia em que o mundo nos deixa de espantar, já partimos. Quando perdemos a enorme capacidade de nos emocionar com a bondade de alguém, o sorriso de uma criança, a ingenuidade de alguém, a força de um amor, a incompreensão da fé ou a vontade de ser maior e diferente…já deixámos de ser humanos e perdemos o cordão umbilical que nos une aos deuses. Ser humano é ser crente. Acreditar. Acreditar em algo. Na metafísica de deus. Em Deus sem metafísica. Nos outros. Em nós. No dia que aí vem. No sol e nas estrelas. Na noite que nos descansa ou nos transforma. Em ser. Acima de tudo, em ser. Em achar que tudo vale a pena. Que todos os segundos que gastamos a aprender, a ouvir, a ver, a amar, valem a pena. Mesmo que daí advenha…quase nada. Não vivemos para os resultados. Vivemos para as lutas. Não vivemos para os destinos. Vivemos para as viagens. Porque o nosso destino final, acreditemos no que acreditemos, está ditado desde sempre. Desde o “nosso” sempre. Vale a pena? Olhemos para a nossa alma e saberemos. Às vezes sim. Outras vezes, talvez. Nunca? Tenho dúvidas. Mas espero que essas nunca se me acabem. No dia em não duvidar, morri.
EÇA DE QUEIROZ