A tesoura que silencia o talento
Quantas pessoas você conhece que possuem um talento ímpar e que podem surpreender? Pessoas que possuem habilidades e que são capazes de transformar, criar, empreender e reinventar todos os dias. Mulheres e homens inteligentes, cheios de energia e que estão dispostos a criar soluções e inventar, a partir de suas ideias, algo grandioso!
Aposto que você conhece muita gente humilde cheia de talento e outros um pouco mais arrogantes que também são talentosos. Mas, neste momento, vamos pensar e falar sobre os humildes talentosos. Pessoas simples, que às vezes são pobres e que sofrem todos os dias por não saber se terão comida, são capazes de transformar e inovar a partir do simples e obsoleto, ou então, do velho e descartado. Pessoas que teriam sucesso, mas que estão presas em condições pobres e de sofrimento. Aposto que você conhece alguém que já te fez pensar quão engenhosa é a ideia do homem que mora em baixo da ponte, ou quão inteligente é aquela moça que pensou em uma solução ótima, mesmo estando presa em uma vida repleta de fome.
São pessoas que poderiam dar palestras sobre empreendedorismo, pessoas que poderiam abrir o próprio negócio e lucrar no final do mês sem se preocupar com a falta do feijão e arroz. Mas, ao contrário desta que poderia ser a realidade, elas tiveram seus talentos silenciados pela falta de políticas públicas, do amparo social, da ajuda do governo. Tiveram que sair de suas casas e, agora, passaram a morar em lugares perigosos e cheio de receios.
Pessoas talentosas que foram impedidas de voar para longe ou perto, com soluções e ideias. Foram silenciadas por uma tesoura do desamparo, do descaso e do descarte social. São deixadas de lado, ignoradas pela sociedade e julgadas por outros que tudo têm. Essas mulheres e homens, chefes da família, que poderiam ser verdadeiros empresários, estão preocupados com a falta do alimento, com a falta do teto que protege a cabeça deles contra o frio, o vento e a chuva. Precisam estar reinventando a forma como vão conseguir ter o alimento do dia, mas são silenciados pela falta de incentivo e, assim, deixam morrer ideias e sonhos geniais para o futuro da nação.