Lula
Pronto. Ele foi, chorou, sofreu, como qualquer avô, destruído pela morte de um neto e voltou para cadeia. Crianças não deveriam morrer. Muito menos antes dos pais e dos avós. Nada faz sentido. Mas ele foi e voltou. Discurso? Talvez tenha feito, em silêncio, pedindo a Deus que receba com carinho seu neto amado. Deve ter pedido para Dona Marisa receber o neto enquanto a sua hora não chega.
Talvez tenha reclamado ferozmente pela inversão da ordem. Eu o faria. E deve ter feito aquele questionamento doido: por que não eu, no lugar dele? Uma parcela da humanidade foi desumana. A pequenez existencial de quem vociferava contra a autorização judicial, especialmente daqueles que alegavam que ele faria “discurso político”, hoje é ainda maior. Meu Deus, que medo vcs tem da voz deste homem... Não vou dizer que se deve assegurar o direito de qualquer avô preso enterrar seu neto, porque seria dar resposta óbvia a pergunta medíocre.
Gostaria de pedir um pouco de reflexão, para essas pessoas, que muitas vezes falam em nome de Deus, mas são tomadas de ódio. Que confundem diferenças políticas com absoluta falta de sensibilidade e humanidade. A propósito, pelo menos hoje me poupem de comentários de ódio. Só hoje.