Solidão, é não.
Solidão é chegar em casa, após um exaustivo dia de trabalho e não querer entrar.
É fazer qualquer coisa pra comer, já pensando no banho, e na hora de deitar.
É jantar ali mesmo no sofá, porque sentando a mesa, na cozinha, vê-se lugares vazios a mesa, fazendo o apetite ir embora e a dor no peito aumentar.
É dormir em qualquer lugar da cama, porque todos os espaços dela estão vazios.
É sentir um nó no peito, ao não ouvir boa noite, bom dia.
É não ter pra quem perguntar como ficou essa ou aquela roupa.
Solidão, é ver nascer o dia, e não saber o que fazer com tanto sol lá fora. É sentir a luz encher o quarto, enquanto sente a alma vazia.
É não se preocupar com o café da manhã, porque o estômago não reclama fome.
É quem sabe almoçar um congelado, uma pizza, ou qualquer outra coisa sustente, não importa o nome.
É acordar num domingo chuvoso e não abrir as cortinas da sala. E quem sabe assistir um filme, ali mesmo no sofá e comentar com as paredes uma ou outra parte dele...
Solidão, é olhar pro relógio e não saber o que fazer com tantas horas que ainda faltam pro próximo dia, tarde, noite...
Solidão é tédio de não sentir.
Não saber.