A Delicadeza da velhice

A delicadeza da velhice aos poucos toma o lugar na sala principal e nos corações mais próximos. Aos poucos mostra sua maneira peculiar de se achegar. A velhice escuta pouco, tem mãos e rosto flácidos e uma doçura na voz quando se aproxima e diz que o café está quentinho ou que o dia esfriou.

Tem a respiração ofegante quando caminha um pouco mais, mas uma risada gostosa com coisas pequeninas do existir. Ela ri dos erros e abraça aquele que ainda chora de desespero.

Na velhice, nossa pessoa amada continua com aquele cheirinho bom e faz a melhor comida do mundo. Chega até a adivinhar vontades e inventar pequenas alegrias. É um poço de carinhos e gosta de saber - e de cuidar - de quase tudo com detalhes.

A velhice pede calma, pede colo e a paciência para chegar pertinho e falar no ouvido, para abraçar apertado e dedicar tempo para aquele momento de um café em conjunto. E o amor da nossa pessoa querida é algo espetacular, continua a crescer a cada dia, na alma, nos olhos, no jeito delicado e único de amar e ao mesmo tempo de pedir a presença que diz que não está sozinha e que vai ficar tudo bem.

E que cada dia desse processo ao mesmo tempo lindo e doloroso seja vivido com amor e paciência. Porque a velhice é delicada, quer ser vivida com quem se gosta e acima de tudo, quer ser amada.

--------------------------------------------------------------------------

Leitura importante: Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003)

Lirlaine C Vaz
Enviado por Lirlaine C Vaz em 05/01/2019
Reeditado em 05/01/2019
Código do texto: T6543859
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.