Para viver (e costurar) melhor em 2019

Pensando aqui em como foi produtiva minha virada de ano: costurar é um ato de amor e sempre me garante foco e paz.

Costuro desde os 7 anos: no início, obrigada por minha mãe - que exigia perfeição e ainda não tinha máquina de costura modernosa - fazia chuleados e bainhas - e nem preciso dizer que as roupas de minhas bonecas eram as mais bem feitas do mundo, né?

Aos 15 anos, por vontade de me vestir (e ser) diferente das outras adolescentes, me apossei da máquina de costura antiga de vó Ana, e saber fazer os arremates foi providencial. Desde então não parei de costurar, e agora, por prazer mesclado à mesma vontade da adolescência e à economia (há 2 anos não compro certo tipo de roupa), a Costura tem me apresentado novos desafios: a variedade de tamanhos de moldes (pela falta de padronização das medidas base) me fez adaptar um estilo de modelagem sob medida (de forma que os vestidos de Manuela e as camisas, bermudas e calças de Beto ficam perfeitamente equilibradas no corpo); problemas como pouco tecido e insumos e/ou acessórios inexistentes ou inadequados obrigam a criar formas inovadoras - e mais baratas! - para consecução da peça de vestuário; algumas manhas da Costura facilitam meu trabalho (sério, tem umas que mereceriam o prêmio Dedal de Ouro, se tal concurso existisse - e não: nunca consegui me adaptar ao uso de dedal!); e até já aprendi a resolver pequenos defeitos nas máquinas.

Pensando em tudo isso, como a Costura, uma atividade tão simples, parece com a vida, né?

Descobrir, experimentar, criar, reformar, amadurecer - e reiniciar o ciclo, a partir de qualquer dos atos.

Administrar recursos, tempos e emoções: fazer coisas por obrigação, por necessidade, por prazer, e conseguir superar tanto a falta como o excesso.

Aproveitar 'tecidos', 'linhas', 'agulhas' e 'alfinetes'. E 'almofadas'! (Leiam 'Um apólogo', do genial Machado de Assis, tá?)

Traçar objetivos e estratégias e comemorar realizações: 'eu (que) fiz' tem um poder!

Proporcionar alegria e conforto a si mesmo e a outras pessoas.

Aprender sempre.

Apesar de não haver começado a escrever com essa intenção, aproveito e desejo que em 2019 a vida seja como costurar: tirando o fato de que não se desmancham atos como um vestido mal feito, o resto tá valendo.

Mas usem 'tecidos' e 'acessórios' de boa qualidade, e respeitem a 'modelagem' correta : isso faz toda a diferença.