Quantas vezes

Quantas vezes somos ingratos. Temos casa, comida, roupas aos bocados, mas insistimos em reclamar. Somos cercados de amigos, vamos a qualquer lugar... O que o dinheiro pode comprar, a gente compra. Há, de nossa parte, um egoísmo exacerbado. Somos não gratos por tudo quanto possuímos enquanto milhares ou por que não dizer milhões de irmãos queriam um pouco daquilo que sequer deles fazemos uso. A mídia nos apresenta e nos impõe o desejo de consumo. A obsessão por ter sempre vem ocupando espaços dentro de nós, o que posteriormente nos causa vazio, posto que procuramos fora de nós, nas coisas, algo que nos complete. Falsa ilusão pensar assim. Percebam que somos uma geração "doente", mas nem sempre de uma patologia tratável à base de fármacos, todavia de "doenças" curáveis através de um autoexame de nossas consciências. Por que temos tudo e obsessivamente queremos sempre mais? O que para mim valor algum possui, tem valor incalculável para tantas outras pessoas. Criamos filhos para nós, cheios de egoísmo. Seus "bens" ficam obsoletos numa velocidade sem precedente. E o pior, estamos cedendo a essas pressões externas. Satisfazemos seus desejos momentâneos. Somos pessoas ricas vivendo em condições miseráveis. Nossos lares não são locais para a conversa, o diálogo, a troca de experiências... Temos muito tempo e ao mesmo tempo não dispomos de tempo para nos construirmos. É já o momento de nos voltarmos para nós mesmos, examinarmo-nos... Olhar para o alto e agradecermos ao CRIADOR por tudo que nos tem dispensado e pedir-Lhe que tome as "rédeas" de nossas vidas, conduzindo-nos ao mais profundo do nosso ser e forçando-nos a rever os nossos comportamentos. Não é de bom juízo nos perdermos em meio à multidão.

ERALDO CUNHA
Enviado por ERALDO CUNHA em 01/01/2019
Reeditado em 01/01/2019
Código do texto: T6540150
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