Mundo virtual

11/04/2016

Posso viver 100 anos e nunca vou entender a necessidade que as pessoas tem de expor suas vidas e que todos saibam o que fazem o tempo todo.

Cada vez mais que a tecnologia evolui me parece que as pessoas estão ficando mais solitárias e carentes, não conseguem ficar sozinhas fazendo nada.

O que antes era algo íntimo e pessoal hoje em dia não tem a menor graça se todos que você conhece (e não conhece) não ficam sabendo.

Banheiro, cama, casamento, dentista, troca de roupa e coisas que antes eram de foro pessoal e totalmente íntimo é exposto como uma vitrine em redes sociais para que todos vejam e acompanhem cada atitude e minuto da vida da pessoa. Talvez para ela ter a sensação que não está só no mundo.

Até as coisas mais idiotas tem que ser compartilhadas.

Me parece que tudo que se faz atualmente não tem valor ou graça se não for exposta e curtida muitas e muitas vezes.

Você sabe da vida da pessoa sem perguntar, sabe o que veste, o que come, o que pensa, onde vai, com quem está, o que está fazendo todos os dias e praticamente as 24 horas dele.

Não tem mais segredo, não tem mais mistério, está tudo exposto.

Penso que tudo nos é lícito (assim como diz a Bíblia), tudo é criado para o nosso bem, mas quando algo nos domina fica complicado demais. Pessoas têm taquicardias se ou menos ficam sem seu celular, isso não é bom, não é saudável. Mesmo estando numa reunião de família têm que estar conectadas e em contato com as pessoas “virtuais”.

O mundo real passou a não ter mais tanta graça, o que rola na rede é bem mais interessante e divertido.

Tudo isso é lícito e proveitoso desde que não nos domine e nos deixe alienados para o que realmente importa: a vida que se vive realmente.

Vamos usar toda a modernidade a nosso favor e não contra. Deixemos que ela nos ajude e não nos atrapalhe, porque quando realmente precisamos é no mundo real que procuramos ajuda e são as pessoas reais que nos socorrem.