Vaidade humana

Vaidade humana

21/04/2015

Fico impressionada com a vaidade do ser humano.

Como damos atenção às grandes coisas e esquecemos que é através das pequenas que crescemos ou caímos de vez. Das pedras grandes é fácil nos desvencilhar, são as pequenas que nos fazem tropeçar ou machucar os pés. Pequenos hábitos e gestos fazem toda a diferença.

Quem ainda não descobriu isso acha que são coisas insignificantes. O simples hábito de mudar de pensamento, de atitude ainda que mínima, no final do dia acrescenta em nossas vidas uma mudança. Mudar de pensamento significa mudar de vida. Se pensa sempre pro lado pessimista, tente fazer a pergunta: “e se não for bem assim?” “e se der certo?” Isso cria dentro de nós, aos poucos, o benefício da dúvida (nesse caso santo benefício), porque a mesma possibilidade de dar errado tem de dar certo, são 50% pra cada lado. Então o lado negativo não pode pesar mais.

Do mesmo modo nossa língua. Se conseguirmos frear as palavras ruins, e, ao invés disso, tentar falar palavras boas, aos poucos, mudaremos algo dentro de nós. Uma vez que dizem que o que sai da boca é o que o coração está cheio e que a palavra tem poder, mudar o que falamos pode ser um caminho poderoso, mas sutil, para fazer um milagre em nossa vida. Pensamento e palavra parecem pouco e realmente são. Mas como já foi dito, são as pequenas coisas que, juntas, no final do dia tem um peso enorme na balança diária. Criando o hábito de mudar de pensamento e palavra, aos poucos, vemos o milagre acontecendo, sem nem sentirmos, e um belo dia acordamos e vemos que já aconteceu, sem percebermos, sem alarde, sem holofote, é assim que a natureza age, em silêncio. Essa é a maior e mais poderosa mudança, aquela que acontece e ninguém vê de uma hora pra outra.

Tem pessoas que precisam de holofotes em tudo que fazem, quando mal sabem que são as atitudes que temos quando ninguém nos vê é que determinam nosso caráter e quem realmente somos. O que fazemos a sós, quando não temos testemunhas é que conta para determinar qual é a nossa natureza, pois agir conforme os outros acham certo ou a sociedade impõe não nos faz sinceros conosco e sim, simplesmente nos determina como seres humanos que obedecem a regras e determinações impostas pela sociedade, pela vida em si ou pelo que nos julgam. Mas, aquilo que fazemos a sós, quando ninguém olha, quando não vamos ser julgados e sentenciados pelas atitudes é que nos dizem exatamente o quanto o que falamos e tentamos passar pro mundo é exatamente verdadeiro ou não. Claro que em certas situações temos que agir conforme se coloca, mas isso não deve afetar ou denegrir, de modo algum, a nossa essência. Se fizermos isso, corremos o risco de nos perdermos. Chega um dia em que não sabemos onde termina o teatro e começa o verdadeiro eu. Ainda mais nessa sociedade que tudo se resume na aparência. Se você estiver sorrindo e passando a impressão que tudo está às mil maravilhas, ninguém se dá ao trabalho de vasculhar sua vida e ver se realmente está bem.

Existe uma linha muito tênue entre ser e estar. É claro que ninguém é obrigado a saber com detalhes de sua vida, não é bem assim. Mas aparentar algo que não se vive é tão angustiante quanto estar se afogando. Você começa a sufocar, perder a respiração e, vai desfalecendo aos poucos até que perde o ar de vez. E, pior que a morte física, vem a morte da alma, e quando esta morre, apenas um milagre para ressuscitá-la. O milagre do amor. Esse sim, coloca fim a toda angústia que sentimos, nos ressuscita de uma vez por todas.

Quando o amor entra de vez em nossas vidas traz luz, traz o sol para nós. Mas, infelizmente, nem todo mundo sabe aproveitar e agradecer essa dádiva. Preferem ficar na escuridão, preferem ficar no vazio que se encontram do que aventurar-se nessa mais louca e maravilhosa benfeitoria que já inventaram: a arte de amar e ser amado.

Jo Leitte
Enviado por Jo Leitte em 09/10/2018
Código do texto: T6471351
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