TODO O CAMINHO DE NOVO
Há pessoas que nos machucam, nos ferem, nos violentam, sob a persona de amigas. Pela boa fé que trazemos, damos-lhes atenção e carinho, por acreditá-las merecedoras. Aproximam-se de nós com a intenção única de ter alguém ao lado que lhes façam companhia, até que superem seus conflitos e momentos difíceis. Se achegam apenas e somente para isso, nos largando na estrada tão logo satisfeitos seus mesquinhos desejos.
Se você foi “vítima” desse tipo de pessoa desarme-se agora. Você não é o que imagina ser ou dizem de você. Não é bobo, não é trouxa nem idiota. Não lhe queira mal em hipótese alguma. Tudo que enviamos a outrem ressoa em nós. Se algum pensamento ruim lhe veio à mente foi porque estava com raiva. Mas intimamente sei que você não queria que isso tivesse acontecido. Eu digo o que você é: uma alma abençoada. Porque somente uma alma abençoada acolheria alguém como você o fez.
O certo é que deveríamos dar glórias quando essas pessoas cruzam os nossos caminhos, pois aprendemos e crescemos com elas. Aprendemos a ter paciência e a vigiar emoções, aprendemos que a vida não é como queremos, e que precisamos nos ajustar a ela.Aprendemos que viver bem com todos é a decisão mais acertada.
Se nos ofendem e não reagimos com a mesma intensidade, logo nos vem a impressão de que somos fracos. E ninguém quer isso para si, ainda mais quando o orgulho fala alto em nós. Não é assim?
Mas uma reação silenciosa pode ser bem mais poderosa do que as próprias palavras. Você não precisa acreditar, mas tendo oportunidade, troque as rusgas pelo silêncio, e note o quanto ganhou e ensinou com seu comportamento. Não podemos mudar o mundo, mas podemos controlar o mundo que há em nós.
Não verbalizar o rancor do momento, freará o ímpeto do agressor, fazendo-o pensar por alguns segundos. E nesse pensar pode estar a fronteira que separa a alma bruta da alma nobre. Fazê-lo pensar é uma expectativa de mudança.
Se para toda ação há uma reação pelos moldes Newtoniano, aqui também, analogamente, existe a lei da sabedoria universal que preconiza: para cada agressão temos o remédio do silêncio que refrigera a alma. Então, jamais troque farpas por farpas se não quiser voltar de malas vazias. Jamais, para não ter que percorrer todo o caminho de novo.
Dylugon