Vida no campo
No sentido em que a água cai,
Estão-se os ventos a mover.
Da janela do meu quarto,
O único som que sai, são meus dentes a ranger.
O frio que vem chegando,
enrijecem meus dedos dos pés e das mãos.
Mas me lembro que cantando,
outro dia um pássaro, revigorava meus pulmões.
O sol me acordava, e junto com as galinhas eu saía a vadiar,
No terreiro que mais tarde, eu mesmo iria limpar.
Minha horta sempre verde, fazia brilhar os olhos,
De quem não sabia plantar.
As coisas mais simples da vida,
Manejava com sabor.
Na cidade, largada a corrida
Trabalham com ardor.
O sol quente na molera, realmente me faz soar.
Mas a fresca na cachoeira, está sempre a me renovar.
É do campo o meu sustento,
Então muito atento, cuido de tudo com amor,
E da terra que lavrei, eu mesmo sou consumidor.
Vida feliz tenho eu,
Que acordo de manhãzinha
Tomo uma colherada de mel
E aguardo o café de mainha.
Qualquer trabalho é gratificante,
Pois das belezas da natureza,
Minha pequena terra se faz gigante.