O Apocalipse existencial
"Há muito se fala em Apocalipse, e tratar do fim sempre causa espanto, seja para os que estão preparados, ou mesmo para os que dizem desacreditar.
E, percebendo o andar da humanidade parece que, no decorrer do tempo o homem tem se portado como uma vítima do sistema capitalista e, para sobreviver, tem encarado o consumismo como uma aliado nesta busca pela total satisfação. Acredita que o ter vale mais que o ser, busca riquezas e honras e consome assustadoramente, sem sequer pensar ou analisar os próprios atos.
Busca-se poder, fama, dinheiro e atendidas todas as suas necessidades rapidamente, e, ainda que alcançados todos estes planos, existe um certo vazio na alma, que o deixa em constante frustração e desânimo, a ponto de pensar: será que o apocalipse que muito se falou não já começou em cada ser humano desta geração, no seu modo de agir individualmente, na sua busca pela satisfação do ego a qualquer custo, pela busca pelo prazer, pelo seu hedonismo desenfreado, pelo constante vazio que se instaurou na contemporaneidade parecendo, na verdade, está mesmo na essência do homem, no seu ser?
Não se espera mais o tempo das coisas, tudo deve ser imediato, a fim de atender os desejos na velocidade da luz.
Eita desejo que nunca se sacia, e satisfação que logo passa. Dando a impressão de ser mais que uma doença sem cura, mas um mal que assola e inquieta o ser deste século tal qual o seu próprio fim, o seu apocalipse existencial. Será?"