Felicidade Programada
Felicidade não é algo que pipoca no ar, ela é batalhada. Muitos são felizes e se lamuriam por toda a estrada, assim ela cansa e foge deles preferindo buscar quem lhe dê valor. Acredito ser justo.
Sofrer? É uma constante desde que deixamos o ventre da mãe, porém tem mais sorte quem tenta relativizar a dor e considerar que o valor do momento feliz é a sua raridade de pérola. Aliás, é o desconforto que produz essa entre outras proezas da natureza, o grão na concha, a pedra no sapato.
Não é ter tudo por fora, é ser tudo por dentro, ou pelo menos ser alegre o suficiente para abrir as asas e pular do ninho para ver o mundo vivo e pulsante após o baque contra o solo.
Toneladas de coragem por dia, trabalho árduo em jornadas a fio.
O conforto ajuda para navegar na felicidade, decerto que sim, mas o marinheiro precisa ter sabedoria, maestria de verdade.
Não compare a sua vida com a do outro, cave a sua felicidade aos poucos. Ela soprará suave em seu ouvido e pode estar bem ao seu lado, porém não possui cor, portanto toque-a com o coração e sinta-a invadi-lo inteiramente. Mas pegue-a com muito carinho, ela é frágil como um filhote de pássaro.
Nunca deixe-a presa, e ela sempre te brindará com canções que aliviarão suas horas tristes trazendo alento onde muitas vezes não existe. Cuide e lhe dê o alimento do amor.
Não desista da felicidade, se souber aproveitar os intervalos de alegria eles se multiplicarão e reverberarão por toda a eternidade. Ela é um somatório de momentos cuja raiz é a fé!