Essa semana...
Só essa semana eu desejei não existir cerca de dez vezes; é errado. Eu sei. Mas é necessário se permitir sangrar ao menos uma vez na vida. É quase uma licença poética aceitar que tá tudo bem e que nem sempre a culpa é sua. Expor toda a fragilidade de peito aberto e os erros um a um.
Só essa semana eu desisti de mim umas vinte vezes e olha que a semana só tem sete dias. Me vi sem rumo, como se estivesse a frente de uma rua com duas vias e possuísse a obrigação de escolher entre uma delas. Me senti no auge da minha vida sem muitas conquistas, olhei pra trás e notei que tudo o que fiz, nada que mereça muito mérito. Senti um nó tomar conta do meu estômago e o ar me faltar por uns segundos.
Era medo do que estava por vir. Medo de não conseguir tudo o que idealizei, dos meus sonhos não se passarem de sonhos e ficarem eternamente enraizados em mim sem mínima realização, de nunca me sentir o suficiente, de falhar pela centésima vez. Uma fobia, do meu próprio eu. Desejei despir minha própria alma e arrancar minha pele, mas foi em vão.
Quando uma guerra acontece, a paz só aparece após as ruínas. Eu precisei me desmontar por completo, me refazer pedaço por pedaço até entender que é essencial se perdoar.
Só essa semana eu perdi as contas de quantas vezes eu me amei e sinceramente, foi a poesia mais bonita que já habitou em mim.