A SOLIDÃO –deste século.
“De um lado busca-se o direito de ser deixado só, de não ser incomodado, da verdadeira paz; de outro almeja-se resolver a solidão que acomete adolescentes, jovens e adultos neste presente século provocando maus maiores e quem sabe uma nova crise humana de índole emocional, sobretudo.
O Homem da presente era não busca mais um grande amor, mas compatibilidades, segurança e estabilidade, inclusive nas relações atinentes ao coração e aos sentimentos humanos, as quais são dosadas numa redoma de exigências como que devendo garantir não só a satisfação momentânea mas, principalmente, a do porvir.
E, de tanto exigir acaba por ficar só, e nesta solidão, a se isolar, e neste isolamento a adoecer, já que ninguém vive solitariamente, e, com medo de se abrir ao mundo, aos que lhe são incompatíveis, e, com isso resguarda-se no aconchego do seu lar e fica esperando o dia de encontrar a alma não mais gêmea, mas apenas e totalmente compatível consigo.
E o tempo passa, e quando se dá conta já está vivendo numa amarga, consentida e preferível solidão que o aprisiona somente a si, sem querer ao menos um alguém para o acompanhar, sem fazer questão de absolutamente outra pessoa que não a si mesmo.
Estudos mostram que a solidão é a vilã desta era, tendo até um lado positivo, mas também um lado nocivo provocando doenças psicossomáticas, fisiológicas, e psicológicas, desencadeando depressão, suicídio e mudanças de comportamentos dos mais visíveis entre os adolescentes,principalmente, comumente percebidos e praticados por jovens, em sua maioria.
Tudo característica das relações fragmentadas e rapidamente desconstruídas, desembasadas, vulneráveis, e porque não dizer: líquidas, como dizia Zigman Bauman, quase que dissolvida, evaporadas tão rapidamente quanto à sua formação, tão fraca, despreparada, não resolvida no que se refere às relações comportamentais e sentimentais de hoje, e, principalmente as que se formarão a partir dela.
Sentimentos vazios, construções que rapidamente se desconstroem e, assim como se formam se vão.Emoções que rapidamente se esvaem como num sopro.”