2018: UM NOVO RECOMEÇO. TENTE OUTRA VEZ!

"É só isso. Não tem mais jeito. Acabou! Boa sorte!". Assim inicia a música "Boa sorte" da cantora e compositora brasileira Vanessa da Mata. Assim o ano vai terminando.

No Brasil, tudo começou com "stranger things" acontecendo: um jovem de 25 anos sumiu, no Acre, deixando em seu quarto uma estátua de grandes proporções de Giordano Bruno, conhecido filósofo italiano, a quem dizia admirar, com uma miríade de escritos em códigos inicialmente desconhecidos, compilados em volumes apostilados e nas paredes do cômodo.

O mistério intrigou o país e até o mundo, que a partir de então tomou ciência da existência do estado do Acre, ignorada pelos próprios brasileiros. Porém, de modo relativamente rápido, tudo foi sendo elucidado, e o que em um primeiro momento parecia algo prodigioso não passava de uma forçada jogada de marketing a fim de vender os seus escritos. Aqui ressalta-se a ascendência uberabense do rapaz, que só faz reforçar a máxima propagada por estas bandas: "Uberaba está em todas".

Coisas ainda mais estranhas foram se dando depois, sobretudo no centro político do Estado. O colunista Lauro Jardim do Jornal O Globo, no início da segunda quinzena de maio anunciou aquilo que seria a maior “bomba” dos últimos anos na cena palaciana brasileira: um dos principais empresários da nação, Joesley Batista, dono do grupo JBS, teria gravado o presidente Michel Temer, secretamente, em uma reunião não programada, altas horas da noite no Palácio do Jaburu, que teria dito afirmativamente acerca do pagamento de propina para manter calado o ex-deputado Eduardo Cunha. "Tem de manter isso, viu?". Era a bala de prata que encerraria um governo desde o início tão conturbado.

O desenrolar da história, porém, mostrou que tratar-se-ia de um tiro de festim: o retratado não era bem aquilo que fora anunciado, e o presidente, pressionado a renunciar diante da primeira grande crise que o assolava, solapou a narrativa em entrevista coletiva com um sonoro: "Não renunciarei. Repito: não renunciarei!".

Ele não renunciou e, algum tempo depois, fracassou a dupla tentativa do então Procurador Geral, Rodrigo Janot de afastá-lo do cargo, depois que enviou duas denúncias contra o mandatário-mor da República a partir da delação de Joesley, refutadas, entretanto, pelo Congresso Nacional, que recusou o prosseguimento do procedimento no STF, terminando com qualquer possibilidade de um novo presidente em 2017.

Aqui é importante ressaltar o que seria a maior delação da história: quase dois mil políticos implicados e tantas pessoas envolvidas, milhões de reais desviados e, o que mais perturbou a todos, nenhuma pena aos reveladores dos esquemas, que tocariam suas vidas e negócios bilionários sem nenhum incômodo. Como pode alguém enriquecer às custas do dinheiro público e de corrupção e receber em troca a liberdade, simplesmente por revelar as tenebrosas transações?

Abre-se um parêntese para voltar à citação supramencionada: "Uberaba está em todas". Pois é. Ricardo Saud, alto executivo da JBS, importante delator, conjuntamente com os irmãos Batista, conhecedor e ator das sujas práticas "republicanas" envolvendo os grandes figurões do Brasil é, nada mais, nada menos, nascido e criado na terra do Zebu.

O prêmio dos delatores, melhor dizendo, detratores, todavia, não durou muito: suas delações foram canceladas e eles foram encarcerados. Menos mal. O país da impunidade, desta vez, abriu alguma brecha para punir quem a lei descumprir. Melhor assim.

Com um "cavalo-de-pau" dá-se uma guinada neste texto para falar de futebol. Voltamos então às "stranger things". O Corinthians, considerado no início a "quarta força" do futebol de São Paulo sagrou-se campeão paulista, o que seria já um feito heróico. Porém, não parou por aí: no Campeonato Brasileiro, fez um primeiro turno quase perfeito, invicto, como jamais algum outro clube conseguiu e no segundo, "aos trancos e barrancos", gastando a "gordura" acumulada na primeira parte, venceu o torneio, tornando-se o primeiro e único legítimo heptacampeão brasileiro de futebol, sem a necessidade de equiparações. Uma grande vitória depois de perder o técnico para a Seleção.

Seleção, aliás, que de fato retomou o caminho do êxito. Tite conseguiu aplainar o terreno e cultivar boas sementes, tendo colhido precipitadamente o primeiro fruto: o Brasil foi o primeiro país (depois da anfitriã, claro) a garantir sua vaga para a Copa do Mundo da Rússia do ano que vem. Será que dessa vez o hepta vem? Torçamos!

Voltando à cena política, Luiz Inácio Lula da Silva, o “maior” presidente nunca antes havido na história deste país foi, estranhamente, condenado a nove anos e meio de prisão (o ex-presidente tem nove dedos e meio; mera coincidência?) pelo juiz Sérgio Moro, símbolo do combate à corrupção. Entretanto, ainda aguardando julgamento do recurso (programado para o fim de janeiro próximo) em liberdade, segue encabeçando as pesquisas de intenção de votos para presidir a "Répública" novamente, a partir de 2019. Muito estranho...

Em contraponto à alma mais honesta, entretanto, surgiu o mais improvável e controverso antagonista que ninguém poderia imaginar: Jair Bolsonaro. De parlamentar do "baixo-clero", com pouca influência entre seus pares e só um projeto aprovado em sete mandatos, é candidato a herói no pleito de 2018, chamado a derrotar o molusco e trazer de volta a ordem que há muito é apenas palavra decorativa em nossa bandeira.

De mera caricatura a mais de vinte pontos percentuais nas simulações de voto, o deputado é aclamado por onde passa, reverenciado por multidões que bradam, extasiadas: "Mito! Mito! Mito!". Considerado o "anti-establishment", não corrompido e de direita, pensamento amplamente condenado pela intelectualidade global (esquerdopata), é, talvez, a última fagulha de esperança para, literalmente, endireitar a nação. Muitos desafios, porém, ainda virão. Fica, pois, a pergunta que dá nome ao livro biográfico lançado por seu filho recentemente: Jair Messias Bolsonaro - mito ou verdade? Só o tempo dirá se o intento se concretizará.

Falando em concretização, Donald Trump vem, “estranhamente”, cumprindo as promessas que fez durante a campanha ano passado. Os Estados Unidos estão em plena recuperação da economia, alta na geração de empregos e, há pouco, deu-se no papel a maior reforma tributária em anos, o que promete elevar ainda mais o poder de compra dos norte-americanos. O bilionário também era só uma figura caricata. Um mito que virou verdade e, apesar de muito combatido, tem feito muito bem a seu povo. Fica o exemplo para o pré-candidato capitão do exército do Brasil.

O ano foi mesmo bastante intenso. E se começou com "stranger things", terminou com "Stranger Things": numa grande jogada de marketing a Netflix, principal empresa de filmes e séries por streaming da atualidade, para divulgar a segunda temporada da série que leva o título aqui já tão propalado, ("Stranger Things"), exibiu em rede nacional, no SBT, episódio especial, que contou com grande adesão do público que estava ligado no mito (real) Silvio Santos que apresentava, como todos os anos, ao vivo, o encerramento da maratona solidária "Teleton". Um grande sucesso!

Não há nenhuma dúvida de que muito mais poderia ser dito, mas, o texto já se estende por demais e há poucas horas para encerrar-se 2017. O tempo é exíguo. Porém, o que se pode concluir é que este foi um ano muito conturbado, denso. Muitos estão contando as horas, torcendo pelo seu fim. Boas coisas ocorreram, é fato; e há de se agradecer por isso. Entretanto, ficou uma sensação um pouco desanimadora, estranha, dir-se-ia.

Antes de finalizar definitivamente esse escrito, que iniciou com o trecho de uma música, quer-se citar agora um fragmento de outra, em contraponto ao desalento que muitos hoje sentem por tudo o que se passou (que não tenha dado lá muito certo). Do mestre Raul Seixas: "Veja! Não diga que a canção está perdida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez!". Uma nova chance estará à nossa disposição a partir das 0h do dia 1º de janeiro. Podemos fazer melhor que o que foi. Ergamos a cabeça e sigamos em frente, com entusiasmo e tenacidade!

É hora de abrandar o coração, esvaziar a mente, perdoar os desafetos, agradecer o que se passou e bendizer o que está por vir: MUITO OBRIGADO 2017! SEJA BEM VINDO 2018! FELIZ ANO NOVO!

Murilosl
Enviado por Murilosl em 31/12/2017
Código do texto: T6213666
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