É NATAL E O PAPAI NOEL É LOUCO
O PAPAI NOEL É LOUCO
É Natal
E penso em decorações
E lembro da praia
Com ondas de folhas de papel amassado
Cheias de peixes plásticos por baixo
Uns dois ou três bancos a minha frente
Ouço uma companheira de loucura
Que meu egocentrismo chama de loca
Uma loca de “primeira”
Com salto quinze
E no pulso um Rolex
Murmura o tempo todo
Não esta falando com ninguém
E invejo isso
Com um pouco de sorte no futuro serei como ela
E nunca mais me sentirei só
Mais na frente...
Dois locos se olham fixamente
Quero ser interlocutor
Mas eles levantam e dizem...
Vamos embora que chegou o homem invisível
Fico bravo...
Que pensam esses loucos de mim
Levanto e digo... Melhor voltar ao Mundo dos surdos
E saio e entro numa loja de produtos do Paraguay
Com luzes piscando que iluminam até o fígado
Cheia de psicopatas
Querendo morrer eletrocutados
E mais uma vez penso ERREI melhor ficasse cheio de loucos a meu lado
(Orides Siqueira)