Gozos Futuros - 02

5) A crença na existência de penas e recompensas futuras provém do pressentimento que o espírito traz ao reencarnar. É a voz interior quem lhe diz.

No momento da morte, cada um pode ser tomado por um sentimento diferente: os céticos, pela dúvida; os culpados, pelo temor e os homens de bem, pela esperança.

R - Embora trazendo o sentimento da vida espiritual, alguns homens deixam-se dominar pelo orgulho, que o fazem sentirem-se espíritos fortes. No momento da morte, porém, vem a decepção.

Comentário de Allan Kardec:

A responsabilidade dos nossos atos é a consequência da realidade da vida futura. Dizem-nos a razão e a justiça que, na partilha da felicidade a que todos aspiram, não podem estar confundidos os bons e os maus. Não é possível que Deus queira que uns gozem, sem trabalho, de bens que outros só alcançam com esforço e perseverança.

A ideia que, mediante a sabedoria de Suas leis, Deus nos dá de Sua justiça e de Sua bondade não nos permite acreditar que o justo e o mau estejam na mesma categoria a Seus olhos, nem duvidar de que recebam, algum dia, um a recompensa, o castigo o outro, pelo bem ou pelo mal que tenham feito. Por isso é que o sentimento inato que temos da justiça nos dá a intuição das penas e recompensas futuras.

6) Sendo portador da bondade infinita, Deus, em momento algum, deixa de se ocupar com suas criaturas, por pequeninas que sejam.

Para recompensar ou punir nossos atos, Deus estabeleceu suas leis, que regem todas as nossas ações. São elas que definem o que é certo e errado e quais as consequências pelo seu cumprimento ou violação.

Comentário de Allan Kardec:

Todas as nossas ações estão submetidas às leis de Deus. nenhuma há, por mais insignificante que nos pareça, que não possa ser uma violação daquelas leis. Se sofremos consequências dessa violação, só nos devemos queixar de nós mesmos, que desse modo nos fazemos os causadores da nossa felicidade, ou da nossa infelicidade futuras.

7) Esta verdade se torna evidente por meio do apólogo seguinte:

R - Um pai deu a seu filho educação e instrução, isto é, os meios de se guiar. Cede-lhe um campo para que o cultive e lhe diz: Aqui estão a regra que deves seguir e todos os instrumentos necessários a tornares fértil este campo e assegurares a tua existência. Dei-te a instrução, para compreenderes esta regra. Se a seguires, teu campo produzirá muito e te proporcionará o repouso na velhice. Se a desprezares, nada produzirá e morrerás de fome. Dito isso, deixa-o proceder livremente.

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 05/12/2017
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