O que é...
Queremos amar e ser amados, mas, o que é o amor? Certamente, não é essa chama avassaladora que se convencionou chamar de paixão; amor é sintonia, afinidade entre seres no fluxo e refluxo das mais puras emoções. Uns, “amam” com os olhos, outros com o corpo, com a cabeça, o coração, o bolso... poucos, amam com a alma, e a alma é a essência, o cerne de tudo, inclusive do amor. É facílimo dizer um “eu te amo” , viver esse dito é que é verdadeiramente amar; amar o amor que não se desgasta, não azeda, não impõe, não escraviza, não trai, não se esvai...
Queremos querer, mas, será que queremos o que precisamos querer? O que hoje aparenta ser bom, amanhã pode se transfigurar em algo catastrófico. Um suposto sonho, pode sem avisos descambar num enorme pesadelo; assim, precisamos conhecer nosso querer, se é realmente importante, se é e será bom e útil. E mais importante ainda do que saber o que queremos é ter a perfeita ciência do que precisamos, pois a vida pouco nos dará do que queremos e sobejará no atendimento das nossas reais necessidades.
Queremos viver. Mas, a vida o que é? Claro que não é simplesmente respirar, se nutrir, reproduzir, se locomover, falar... não basta estar biologicamente funcional para estar vivo, mesmo porque, a vida transcende ao corpo perecível. Viver é compreender e saber usar a dádiva do tempo para aprender, trabalhar, ajudar, crescer, criar...
Viver é ser capaz de ver o que muitos nem conseguem imaginar; perceber a felicidade que reside na simplicidade das pequenas coisas e dos momentos complexamente simples de cada dia; entender as engrenagens que movem o existir no initerrupto ciclo das experiências humanas, no infindo ir e vir de coisas, sentimentos e pessoas. Viver é armazenar muito de bem, sem permitir que os detritos e a poeira do mal se avolumem no estoque da sua História; é ter a certeza que após cada noite tempestuosa, surge um poético alvorecer. Viver é não se permitir deter pelo medo, nem pela incerteza, pelo amargor das desilusões, nem pelo fel da desesperança; viver é não estagnar nas lembranças doridas, nem no lamento estéril, é crer na vida, no ser feliz, no amor, no querer.