Multiculturalismo Antropologia Transnacional !

Ao me confrontar com essa questão a primeira palavra que me veio à cabeça foi xenofobia. Espero que soluções para uma coexistência pacífica ocorram na mesma velocidade das mudanças contemporâneas, em um planeta onde as culturas se comunicam cada vez mais, respeitar as diferenças me parece sensato e inteligente. Não falo apenas do que a globalização opera mundialmente quando produtos e tecnologias avançam fronteiras, penso também na problemática dos refugiados de guerras e de questões ambientais desfavoráveis, o mundo deve cada vez mais esvaziar o conceito de fronteiras e criar condições para que diferentes línguas, saberes, comidas e religiões convivam pacificamente em espaços comuns. A cultura não é e nunca foi um bem indivisível ou imutável, pelo contrário, como bem disse Fredrik Barth (1984), cultura é algo que as pessoas “herdam, usam, transformam, adicionam e transmitem”. Ulf Hannerz, presidente da Associação Européia de Antropólogos Sociais [EASA] e diretor do Departamento de Antropologia da Universidade de Estocolmo, discursa com propriedade sobre o que chama de antropologia transnacional e enumera vários termos usados atualmente para estudos das ciências sociais num artigo escrito em 1997 de título Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras-chave da antropologia transnacional. Dentro desse texto destaco o uso da obra Tenda dos Milagres de Jorge Amado (1971) para deixar bastante claro como essa dinâmica entre pessoas de culturas diversas se dá e de como isso acontece de forma natural, sem que necessariamente as culturas mães sejam diminuídas, apenas adaptadas e transformadas.

Curso de Antropologia Geral e o Debate Multicultural

Fátima Damiani
Enviado por Fátima Damiani em 30/10/2017
Código do texto: T6157872
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