A carne, orelha

Nijair Araújo Pinto nasceu em Fortaleza, mora em Crato e trabalha em Iguatu. Bombeiro Militar por profissão, professor por vocação e escritor por ‘aventuração’, desfiou-se nesse cardápio de sabores carnais, num churrasco entre mortos e vivos, cheio de petiscos ficcionais e de guloseimas sensório-sensuais.

São carnes brancas, vermelhas; cruas, mal passadas, ao ponto, bem passadas; carnes nuas, naus da navegação poética cujo berço, ancorado no além-mar, tornou-se banquete regado de lirismo baquista.

Obra discreta, o mais que se aproxima da genialidade de ‘alma minha gentil que te partiste’, está na maminha – saborosa carne que aqui não se degusta pelo estômago nietzschiano, mas em razão do tato e do olfato que surgem, subliminarmente, quando o verso, imbricado de sutilezas inconscientes, molha a carne que se excita na bacia dos odores verbais, templo do verbo encarnado que se macula com o pecado humano original.

Bom apetite!

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 29/10/2017
Reeditado em 29/10/2017
Código do texto: T6156577
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