COMO ENTENDER

Eu, estou agora

Sentado num banco na calçada da fama

De minha pequena cidade,

Ninguém me olha, poucos me vêem,

Eu vejo tudo, e todos, vejo o mudo,

O surdo, o cego e os pombos.

Vejo carros, bicicletas em cima das calçadas,

Crianças correndo,

Casais andando uns distantes dos outros,

Sem se darem as mãos,

Não conversam, não se olham,

Em passos lentos, vão eles sem nada dizerem.

Sem sorvetes, sem rosas para a namorada,

Casais distantes um dos outros,

Simplesmente duas pessoas, ele e ela.

Apenas o celular, chama suas atenções,

Que vazio existe naquele relacionamento,

Tanta solidão, tanto descaso, que pena!

O sol está indo e vindo de forma tão triste,

Cadê os sorrisos, as gargalhadas atrevidas,

As mãos segurando uma na outra, as conversas banais,

O cavalheirismo, o romantismo, o poeta,

Aquele namorado que roubava uma flor

E a ela a dedicava como prova de seu amor.

Eu, estou agora

Olhando os casais que passam por mim,

Sem se importarem se existe um sentimento

Naqueles passeios a tardinha pelas ruas desertas,

Depois de visitarem a família, como entender,

Tudo está diferente, tudo mudou, tudo se acabou.

No começo a paixão enfeitiça o coração,

Mais depois o amor se acomoda, relaxa, e vira rotina.

_____Nillo Sérgio.

@PoetaDoBalcao.

poetadobalcao
Enviado por poetadobalcao em 25/09/2017
Reeditado em 26/09/2017
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