Essências...

De tão real, parecia saltar pela tela e voar.

Suas asas abertas quase tocavam o imenso mar azul.

A Gaivota dava um rasante em busca de alimento.

Alguma mamãe peixe ficaria sem seu filhote.

Mas a vida da Gaivota continuaria...

Fui até a varanda e abri os braços.

Senti o vento atravessar minha pele.

Senti a vida pulsando dentro de mim.

Estou viva.

Sou uma Gaivota em busca de alimento.

Quero AMOR, mas quero DOR também,

para que eu nunca me esqueça de que matéria sou feita.

Quero LIBERDADE.

Mas quero saber que se eu cansar do meu vôo,

terei um canto para quedar minhas asas e descansar.

Voltei para dentro e olhei a tela que eu acabara de pintar.

O dia estava nublado, cheio daquela cor fantasticamente maravilhosa,

que só os dias chuvosos conseguem retratar.

O Mar estava imenso... Intenso... Dono da vida...

E a Gaivota voava, voava...

Voava sem medo do Mar ou da Chuva.

Voava sem medo da Morte.

Porque sabia que suas asas carregavam a essência de todas as coisas.

A Gaivota era filha daquelas águas.

Assim como eu sou filha destas Terras.

Não temo meu futuro.

Não temo o meu destino.

Sou dona da minha vontade.

Se eu cair, saberei que caí porque voei em busca da minha Verdade.

Mas se eu não cair, saberei mais uma vez,

que sempre vale a pena ir em busca de si mesma.

Porque um dia, a gente acaba encontrando.