COMUNICADO - Antônio Silva Gusmão (Ansilgus) – 02.09.2017 – 02.09.2017
Por vezes fico a imaginar o quanto fui cruel com a minha saúde. Tive uma infância terrível, repleta de sofrimento, não por culpa de meus pais, que não tinham condições financeiras de me proporcionar boa assistência na área médica e, sequer, na vida do dia a dia. Era um menino raquítico, de sete meses, mau alimentado, mas, decerto tinha algo de essencial na vida, que era o amor da família.
Não quero e nem posso afirmar que esses motivos foram as causas do meu debilitado estado de saúde. Senão vejamos: Já a partir dos treze anos descambei para o vício do fumo (não de narcótico), esse que talvez seja o principal problema que aflige uma gama enorme da população mundial, sendo até mesmo responsável por várias doenças cardíacas e até do câncer, que amedronta a todos. Ao cigarro foi sendo adicionada a bebida, desde a famosa cerveja à aguardente de cana. E juntando tudo isso às noites mal dormidas, com a cuca cheia de bebida, o resultado claro que seria péssimo para o meu corpo. Pobre, desempregado e sem uma fonte de renda o caminho que se me oferecia era esse mais fácil. Todavia, nunca deixei de estudar, na época em escolas públicas, que eram muito melhores do que a rede atual de ensino.
Quando comecei realmente a trabalhar pra valer, isso por volta dos vinte e dois anos, no Banco do Brasil, o meu sistema de vida passou da água para o vinho, frequentando ambientes mais sadios, bebendo sim, mas comedidamente, todavia como fumante inveterado certamente que essa condição me lavaria cedo ou tarde ao estado de coisas atual. Não há negar que a vida sedentária que levava como bancário (praticamente sem horário de almoço e nem de saída) também teve participação inconteste no massacre dos meus rins, que ora estão sendo socorridos por meio de tratamento de hemodiálise, na base de três vezes por semana, em sessões de quatro horas, com o que se espera resultado positivo, se Deus quiser.
Neste momento, após quase vinte dias de internação em hospital, estou numa clínica especializada fazendo a segunda série dos exames necessários, daí ter resolvido escrever estas modestas linhas aos meus amigos, colegas e compadres daqui do Recanto das Letras, a quem agradeço pela valiosa lição de solidariedade para com este seu criado. Também me dirijo à direção da Empresa que, a pedido de meu filho Georgegus, comunicou a ocorrência a todos os meus estimados amigos, cujos nomes opto por não revelar, a fim de não cometer injustiça, coisa não muito rara nesses casos. Que o Grande Arquiteto do Universo seja por todos, sem exceção.
Agradeço a minha mulher, Jane, e aos meus filhos queridos toda a dedicação a mim concedida durante esse período amargo da minha vida. Deus saberá recompensá-los com as suas bênçãos.
Nota: Tenho dezenas de compromissos a retribuir, daí solicito a paciência de todos, eis que aos poucos irei atualizando a minha escrivaninha.