A hora de desistir
A hora de desistir é a hora mais fácil. E essa frase só é uma afirmação quando o filme de todos os minutos do qual você sofreu, sacrificou, fez tudo para ser reconhecido ou dar certo, de repente é a somatória de toda sua dedicação e como resultado, seu crédito é a ingratidão.
Se somar cada minuto de angústia que você passou diante de atos como falta de consideração, ignorância, desprezo, covardia, e tudo o mais que define desdém com você, então entenderá que o único ato de DESISTIR, será seu ato de redenção.
...E pra quem sofreu por tanto tempo, por tantos motivos mesmo que tenha sido por uma única pessoa, saberá reagir com a sua maior força para se livrar - Reaja com respeito.
Respeite todos os seus acertos, respeite todos os seus erros (eles foram o ponta pé do seu sofrimento), respeite o dia que está por vir e pode ser diferente, porque depende de outras escolhas, que não estarão mais na forca da obrigação.
Não se obrigue a demorar onde não há amor suficiente para você. Não se obrigue a esperar por pequenos milagres do tempo, ou por um dia um pouco melhor de reconhecimento, evite o pouco, evite o mínimo, evite estar inferior ao tamanho dos seus objetivos.
Tenha fé, de que um dia a dor vai embora, tão breve quanto o "de repente" que lhe fez perceber, como é esclarecedor ver tantas possibilidades no ato da desistência. Desistir não é ser fraco, indigno, não fará de toda sua caminhada algo pueril. Certos valores estão escondidos dentro da nossa carapuça e não fora dela, onde você foi martirizado. A hora de desistir também é uma escolha, uma grande escolha na verdade. Tão honrosa e merecida quanto aquele momento que escolheu acreditar e confiar na sua luta.
Certos amores não valem a sua falta de amor. Melhor seria se soubéssemos desistir antes mesmo de começar, ou enxergar com quantos desafetos somos linchados e flechados. Na verdade, se tal pronúncia do futuro fosse justa, tantos afetos não se tornariam algo mais insólito como o ódio, ou algo menos dramático como o desamor. Não seríamos flertados.
Agora meu caro, me diz...
Depois de cada segundo vividamente crédulo de todas as suas vontades ofertadas como genuíno amor para alguém, sendo lentamente exposto como inutilidade particular e pública, como não chegar a indelével conclusão de que você pode e deve DESISTIR?
E se não desistir, sinto muito lhe informar, mas estará cometendo lentamente, e não covardemente, um ato de infidelidade consigo mesmo. E pense bem. Não existe covardes entre tolos. Existe o mais tolo entre todos os tolos.